As Memórias Biográficas de São João Bosco narram que o santo um dia reuniu um grupo de jovens e contou-lhes o que havia sonhado.
O fundador dos salesianos disse que em seu sonho estava sobre uma rocha de onde contemplava um mar imenso. De repente ele avistou vários navios com armas, canhões, rifles e até livros que se dirigiam para atacar outro grande e majestoso navio.
Este navio também contava com barcos aliados que o seguiam e recebiam suas ordens para se defender dos atacantes. Porém, o vento não estava a seu favor e o mar agitado ajudava os inimigos.
Então duas colunas fortes apareceram no meio das águas. Em uma delas estava a Imaculada Conceição com uma placa aos pés que dizia “Auxílio dos Cristãos”. No topo da coluna mais grossa havia uma hóstia impressionante com a frase “Salvação dos crentes”.
O comandante do grande navio era o Santo Padre, que, vendo o ataque dos seus inimigos e as dificuldades dos fiéis, chamou os pilotos dos barcos aliados para aconselhá-lo. Os líderes reuniram-se com o papa, mas voltaram aos seus barcos porque a tempestade se tornava cada vez mais violenta.
Quando as águas se acalmaram um pouco, o papa convocou novamente os pilotos. Porém, o clima ficou ainda mais violento e o papa procurou levar o navio em direção às duas colunas. E embora os navios inimigos tenham tentado detê-lo e submergi-lo, foi em vão, porque o navio do Santo Padre manteve o seu curso.
Os inimigos ficaram sem munições e armas, então decidiram usar os socos, blasfêmias e maldições. Então o papa foi agredido gravemente e caiu. Os que o acompanhavam correram para ajudá-lo, mas ele foi atingido novamente e morreu. Os inimigos se alegraram com sua vitória e fizeram um alvoroço de alegria em seus navios.
Os pilotos imediatamente se reuniram e elegeram outro papa, que superou todos os obstáculos, conseguiu colocar o majestoso navio no centro das colunas e amarrá-lo com correntes.
Imediatamente os navios inimigos foram destruídos e dispersos. Os navios que lutaram bravamente ao lado do papa também ficaram presos às colunas. A tempestade do mar transformou-se numa grande calmaria.
Naquele momento, são João Bosco perguntou ao padre Rúa, agora beato e primeiro sucessor do santo: “O que você acha desta história?” O padre destacou que o navio do papa era a Igreja; os barcos, os homens; o mar, este mundo; e os inimigos, aqueles que tentam destruir a Igreja com todo tipo de armas.
Dom Bosco aprovou a resposta dizendo: “Você disse bem”. Mas ninguém falou nada sobre o papa morto. Contudo, dom Bosco esclareceu que os navios inimigos são as perseguições, e acrescentou que problemas gravíssimos estavam por vir para a Igreja.
O santo concluiu: “Só restam dois meios para se salvar em tal confusão! Devoção a Maria Santíssima, participar da Comunhão”, portanto devemos “usar todos os meios e fazer o melhor para praticá-los e fazê-los praticar em todos os lugares e por todos".
FONTE: ACIDIGITAL